Vingt-un
Rosado
Na
celebração dos seus grandes filhos, as cidades costumam juntar, num mutirão de
excelência, clero, nobreza e povo.
Certamente
a prefeita Fafá e a governadora Wilma terão sensibilidade suficiente para levar
os seus governos a assumir uma participação efetiva nas festividades
comemorativas do centenário de Lauro da Escóssia, um grande de Mossoró.
O evento
não pode se limitar a um programa do círculo familiar, mas deve despertar a
província inteira, além dos lindes municipais.
Porque
Lauro foi um servidor devotado do Rio Grande do Norte, como jornalista,
principalmente, ele executava todas as tarefas de um jornal do interior, todas,
desde a mais humilde até a de redação e virava as noites, numa vigília
incansável, para que no outro dia a cidade dispusesse do seu centenário "O
Mossoroense".
Jeremias da
Rocha Nogueira fora o fundador em 17 de outubro de 1872, na fase do combate
acirrado da maçonaria contra a igreja católica.
Um
guerreiro da Loja Maçônica 24 de Junho contra o vigário Antonio Joaquim
Rodrigues, da igreja católica.
Eis o seu
avô.
A segunda
fase é de João da Escóssia Nogueira, o xilógrafo, cujo pioneirismo na arte em
que era um mestre, apesar de autodidata.
Homem de
talento extraordinário que está despertando o interesse de centros culturais do
país.
Eis o seu
genitor, o construtor da fase que começou em 12 de junho de 1902.
Lauro e
Escossinha carregaram com muita garra, coragem, humildade, desprendimento as
tarefas que herdaram de Jeremias da Rocha Nogueira e João da Escóssia.
Funcionário
público, Lauro o foi com zelo e probidade.
Diplomado
em 1925 pela tradicional Escola Normal de Mossoró, na turma de que faziam
parte, dentre outros, o memorialista Raimundo Nonato da Silva, o fabuloso
retirante da seca de 1919 e Lauro Reginaldo, o "Bangu", que seria por
duas vezes secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro, cargo também
ocupado por Luís Carlos Prestes, "o cavaleiro da esperança".
Diretor do
museu municipal, que eu organizara no tempo de Dix-sept, desdobrou-se em
iniciativas culturais de valor.
Professor
do ensino primário, tantas vezes perseguido pela independência do seu
procedimento, como jornalista combativo.
Memorialista
e historiador, deixou livros importantes para o estudo de Mossoró e sua região.
Desejo
distinguir "As Dez Gerações da Família Camboa", para mim o mais importante
título da genealogia potiguar.
Um livro
que resultou de pesquisas axaustivas, uma vez que o linhagista Francisco Fausto
de Souza estudara as cinco primeiras gerações.
No livro de
Lauro está a própria história de Mossoró.
Ao terminar
este depoimento singelo, quero homenagear três bisnetos de Lauro e Dolora, que
são netos de Vingt-un e América, filhos de Lauro da Escóssia Neto e Lúcia
Helena Rosado da Escóssia: o universitário Laurence Rosado da Escóssia, hoje
habitante do país da saudade, Wagner Rosado da Escóssia, que deverá concluir no
agosto próximo a sua graduação em Ciência Jurídicas e Sociais e a odontóloga
Cynthia Rosado da Escóssia.
Tibau, 13
de fevereiro de 2005.
FONTE - JORNAL O MOSSOROENSE
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